O Primeiro Reinado é um período conturbado, marcado por crise econômica, financeira, social e política. No dia 12 de outubro de 1822 a população no Rio de Janeiro estava eufórica em torno da independência. Nesta data Dom Pedro foi proclamado Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo do Brasil, e dias depois foi coroado imperador Dom Pedro I. Depois desse momento de empolgação, era hora de começar o trabalho para a construção de um novo país, afinal além de um imperador quase nada existia no Brasil, não havia sistema de educação, constituição ou sistema de códigos legais.
Após independência, a política no novo país estava dividida em grupos distintos. O Partido Português, que buscava a recolonização do Brasil, e o Partido Brasileiro, dividido em duas facções: os conservadores, liderados pelos irmãos Andrada e que defendiam uma monarquia fortemente centralizada; e os liberais, que defendiam uma monarquia onde os poderes do rei fossem limitados. Essas divergências ideológicas existentes no Partido Brasileiro acarretaram à ascensão do Partido Português, que se aproximou do imperador e passou a apoiá-lo nas pretensões de ter seus poderes ampliados.
Dando início a organização dessa nova nação, o imperador convoca uma assembléia constituinte, com a qual os deputados brasileiros procuravam fortalecer o poder legislativo e limitar o poder do imperador.Esse projeto desagradou ao imperador o qual ordenou o fechamento da assembléia e constituiu um Conselho do Estado,formado por 10 de “seus aliados”, propondo uma outra constituição com a qual fortalecesse sua autonomia e sua centralização com a criação de um quarto poder ,o MODERADOR, que de moderador não tinha nada,já que dava o direito do imperador em intervir completamente nos outros poderes. Essa constituição foi outorgada em 1824, e era contrária a proposta anteriormente, pois em vez do sistema político ser liberal o mesmo tornou-se dominador.
Essa postura dominadora adotada por D.Pedro gerou insatisfação por parte de algumas camadas da sociedade eclodindo em Pernambuco a Confederação do Equador que se espalhou para as demais províncias do Norte e Nordeste, tendo como um de seus líderes Frei Caneca e Cipriano Barata que lutavam por uma República Federativa e foram contidos de forma repressora pelas tropas do imperador, prendendo os líderes ou até mesmo executando-os, como foi o caso de Frei Caneca.
Constantemente, D.Pedro impõe sua vontade aos políticos, gerando ainda mais conflitos com a elite brasileira e um crescimento da oposição. A situação do Brasil não era nada boa, passando por uma crise econômica gerada pelo fim do ciclo do ouro e devido ao declínio das exportações de açúcar, algodão e a balança comercial era desfavorável, cujo déficit era saldado com empréstimos ingleses, aumentando cada vez mais a dívida externa e a subordinação para com a Inglaterra .As dificuldades enfrentadas pelo Imperador aumentou mais ainda com a derrota de Cisplatina,gerando a perda dessa província.
O descontentamento da população se torna cada vez mais evidente contra esse autoritarismo de D.Pedro. Além da perda do território da Cisplatina, sua escandalosa vida particular manchava ainda sua imagem. Com a morte de D.João VI, D.Pedro deveria assumir o trono de Portugal e unir as duas coroas. Descontentes com o governo, alguns brasileiros prejudicaram as homenagens que os portugueses prepararam para D.Pedro I, o que ficou conhecido como Noite das garrafadas. Como não atendia mais aos interesses brasileiros, D.Pedro abdicou do governo no dia 7 de abril de 1831 em favor de seu filho Pedro de Alcântara, que tinha apenas cinco anos e nomeou José Bonifácio para ser seu tutor.
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